A Fé, azeite sobre a água e mensageira de Deus na Filosofia de Ramon Llull (1232-1316)
In: ORTUÑO ARREGUI, Manuel (ed.). Ápeiron. Estudios de filosofía n. 23,
Octubre 2025, Filosofía Medieval. Diálogo Fe - Razón (Monográfico).
Madrid: Ápeiron Ediciones, 2025, pp. _____.
(ISBN 2386-5326).
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Resumen: Fe y Razón: ¿Cómo conciliaba el filósofo Ramon Llull (1232-1316) su pensamiento filosófico con la fe cristiana? Las dignidades de Dios – propiedades que, según el filósofo, definen racionalmente la esencia de Dios, uno de los fundamentos de su Arte – se transforman en personajes literarios y dialogan entre sí en la obra El Libro de la Ciudad del Mundo (1314) sobre el perverso estado del mundo. El propósito de este artículo es abordar cómo fueron personalizadas en la obra las doce dignidades (Bondad, Grandeza, Eternidad, Poder, Entendimiento, Voluntad, Virtud, Verdad, Gloria, Perfección, Señorío y Justicia), en especial la Fe.
Abstract: Faith and Reason: How did the philosopher Ramon Llull (1232-1316) reconcile his philosophical thought with Christian faith? The dignities of God – properties that, according to the philosopher, rationally define God's essence, one of the foundations of his Art – are transformed into literary characters and engage in dialogue in the work The Book of the City of the World (1314) regarding the perverse state of the world. The purpose of this article is to address how Faith was developed in his Philosophy, especially in the Book of the City of the World.
Palabras-clave: Ramon Llull – Filosofía Medieval – Teología – Dios – El Libro de la Ciudad del Mundo.
Keywords: Ramon Llull – Medieval Philosophy – Theology – God – The Book of the City of the World.
I. A Fé
Est autem fides sperando rum substantia, rerum argu mentum non apparentium.1
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A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, o argumento das coisas não aparentes.
A sintética definição, bíblica, nasceu clássica. Foi a primeira do mundo antigo já que, curiosamente, nem gregos, nem romanos se preocuparam com uma especulação filosófica sobre a fé, mas a tradição cristã.2 Em Roma, a Fé era uma deusa que personificava a lealdade e a confiança. Costumava ser representada como uma jovem coroada, com uma pomba em um dos braços e uma cesta com frutas (ou cornucópia) na outra mão, às vezes com espigas de milho (imagem 1).
Imagem 1
Reverso de um denário (136 d.C.) do imperador Adriano (76-138 d.C.). Prata, 3,2 gramas, 17mm. American Numismatic Society.
II. Entenda para crer; creia para entender! Agostinho (354-430)
Ainda no Império Romano, Santo Agostinho (354-430) se perguntou por que a Fé era uma deusa para os romanos ainda pagãos, já que quem é prudente faz de si próprio sua morada e, por isso, para os cristãos, ela está diretamente ligada à Justiça, pois o justo vive da fé.3
Agostinho alçou o paradigma paulino da loucura da palavra da cruz aos píncaros4: em seu pensamento, fé e razão se abraçam amorosamente.5 A autoridade exige a fé que, por sua vez, prepara o homem para a razão; esta nos conduz tanto para o conhecimento quanto para o entendimento.6 Quem crê, pensa: pensa acreditando e acredita pensando.7
Fé e razão. O bispo de Hipona hierarquizou as duas: como as forças da razão são limitadas8, a Fé, que se funda na verdadeira compreensão, é superior, pois é indispensável para a purificação do espírito, parte mais elevada do homem.9 A Fé não só proporciona um melhor autoconhecimento e faz com que se atinja o fim último da existência10, mas também oferece a tão almejada paz aos cristãos, peregrinos que na Terra com ela vivem (Agostinho os chama de Cidade Celeste na Cidade Terrestre).11
Muito embora os estoicos – especialmente Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.) – tenham dedicado parte de sua filosofia ao tema da alma (parcela do espírito divino que habita em nós12), prolongando assim a tradição metafísica socrático-platônica13 e aristotélica14, só com os primeiros pensadores cristãos é que realmente as considerações sobre a Fé ultrapassaram o terreno religioso para ingressarem em definitivo no cume das meditações filosóficas, existenciais, que abarcavam a vida interior dos cristãos.15
III. Um quadrinômio essencial
Imagem 2
Alegoria da Fé ativa e da Fé contemplativa. Detalhe de uma iluminura de página inteira da Beatae Elisabeth Psalterium, Alemanha, séc. XIII, folio 173r, Cividale Del Friuli, Museo Archeologico Nazionale (Photo: DeAgostini/Getty Images). A iluminura germânica mostra as duas frentes de atuação da Fé: acima, sua vida contemplativa, a melhor, a mais considerada pela Tradição filosófica16, vida que a Fé leva de oração, devoção e meditação; abaixo, sua vida ativa e, em especial, sua atuação no mundo da audição – o papa Gregório Magno (c.540-604) escuta ao pé do ouvido a pomba do Espírito Santo, que desce dos Céus e o inspira a criar seu canto gregoriano. A seguir, ele dita o canto a um copista. A Tradição judaico-cristã elevou a Música ao protagonismo das artes sensitivas.17
III.1. Isidoro de Sevilha (c.560-636) e Anselmo de Canterbury (c.1033-1109)
Fides est qua veraciter credimus id quo nequadam videre valemus. Nam credere iam non possumus quod videmus. Proprie autem nomen fidei inde est dictum, si onmino fiat quod dictum est aut promissum. Et inde fides vocata, ab eo quod fit illud quod inter utrosque placitum est, quasi inter Deum et hominem; hic et foedus.18
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Fé é o que verdadeiramente cremos e não conseguimos ver. Pois não podemos crer no que vemos. A própria palavra fé se refere ao cumprimento de tudo o que foi dito ou prometido. Por isso é chamada fé, por ser aquilo que é acordado entre ambos, Deus e o homem: uma aliança.
No séc. VII, a espiritualidade isidoriana – seu modelo de santidade, o papel do Espírito Santo, da oração e da penitência, das virtudes e da vida monástica – se baseou na aliança com Deus definida na citação acima das Etimologias (625 d.C.). Como consequência, feliz é aquele que vive uma vida com uma fé reta.19 Além disso, o enciclopedismo de Isidoro de Sevilha proporcionou sólidos alicerces de erudição para as especulações filosóficas vindouras. Em suas Sentenças (633 d.C.), obra muito consultada na Idade Média, o bispo de Sevilha catapultou o amor à leitura20: afirmou que, quando oramos, conversamos com Deus; quando lemos, Deus conversa conosco.21 Foi um novo e belo impulso para a cultura livresca, cultura da leitura meditativa, então em crise.22
Após a querela dialéticos versus antidialéticos no século XI23, despontou na tradição intelectual cristã um dos pensadores mais profundos de todo o período medieval: Anselmo de Canterbury (c.1033-1109).24 Seu argumento ontológico, dedutivo, partiu da premissa do binômio fé-razão: alguém que procurava elevar sua alma à contemplação de Deus e se esforçava para compreender o que cria.25
Apesar de se manter estritamente no âmbito do paradigma agostiniano26, Anselmo especulou seu argumento de modo dialético, sem recorrer à autoridade das Sagradas Escrituras. Além disso, se valeu da reductio ad absurdum (método em que se aceita a visão do oponente para, a seguir, demonstrá-la como absurda).27 Assim, contribuiu racionalmente para o desenvolvimento do que já foi definido como perspectiva dialógica28 e assentou em definitivo o tema da fé no universo filosófico.29
III.2. Abelardo (1079-1142) e São Bernardo de Claraval (1090-1153)
Em sua Historia calamitatum, Pedro Abelardo (1078-1142) nos conta que, por ser inclinado às Letras, “abdicou da carreira de Marte para se dedicar à educação de Minerva”, e preferiu “a armadura das razões dialéticas”.30 Destacou-se na escola de Guilherme de Champeaux (c.1070-1121) e, com o ingresso de seu professor na ordem dos clérigos regulares – e após ter debatido (com argumentos) com seu mestre a respeito do tema dos universais31, questão premente para os dialéticos – fundou sua própria escola.32
Pouco mais tarde, Abelardo decidiu estudar Teologia com Anselmo de Laon (c.1050-1117), mas logo se desencantou com seus “argumentos vazios”. Por afirmar que não se baseava na prática, mas na inteligência (ingenium)33, e por defender a interpretação dialética para questões da fé – a Filosofia na Teologia – Abelardo despertou violenta repulsa por parte dos espíritos tradicionalistas.34 O principal deles foi São Bernardo de Claraval (1090-1153).35
O debate entre ambos é muito conhecido. Já nos debruçamos sobre suas minúcias teológicas.36 O abade cisterciense escreveu várias cartas a religiosos a respeito das heresias de Abelardo. Diretamente relacionada ao tema fé-razão é a Epístola 191, que Bernardo escreveu ao papa Inocêncio II (†1143):
Auribus occupatis ad plurima, sermonem facimus abbreviatum de prolixo negotio, pro eo maxime quia idipsum diffusius ac plenius continetur in litteris domini Senonensis. Petrus Abaelardus christianae fidei meritum evacuare nititur, dum totum quod Deus est humana ratione arbitratur se posse comprehendere. Ascendit usque ad caelos et descendit usque ad abyssos. Nihil est quod latear eum, sive in profundum inferni, sive in excelsum supra. Homo est magnus in oculis suis, de fide contra fidem disputans ambulans in magnis et mirabilibus, scrutatur maiestatis, haeresum fabricator. Iamdudum fecerat librum de sua Trinitate, sed sub Legato Romanae ecclesiae igne examinatus est, quia inventa est in eo iniquitas. Maledictus qui reaedificavit ruinas Iericho.37
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Como vossos ouvidos estão maximamente ocupados, fazemos um breve discurso sobre um prolixo assunto, especialmente porque o mesmo tema está contido de forma mais ampla e completa na carta do Senhor [Arcebispo] de Sens. Pedro Abelardo tenta esvaziar o mérito da fé cristã, e pensa que pode compreender tudo o que Deus é por meio da razão humana. Ascendeu aos céus e desceu aos abismos. Nada há que se lhe oculte, seja nas profundezas do Inferno ou no excelso das alturas. O homem é grande aos seus próprios olhos: disputa sobre a fé contra a fé, andando sobre coisas grandes e maravilhosas; um perscrutador da majestade, um fabricador de heresias. Faz tempo escreveu um livro sobre a Trindade, mas foi examinado pelo fogo do legado da Igreja Romana porque nele foi encontrada a iniquidade. Maldito aquele que reedificou as ruínas de Jericó! (os grifos são meus)
A relação fé-razão ganharia outro capítulo no século seguinte com Ramon Llull (1232-1316), que tentaria, por toda a sua vida, racionalizar os dogmas da fé católica (especialmente a Trindade e a Encarnação38), provando-os com razões necessárias.39
IV. Ramon Llull (1232-1316)
IV.1. A Fé, azeite sobre a água
En axí com oli qui està de sobre aygua, està fe sobre enteniment.40
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Assim como o azeite está sobre a água, está a fé sobre o entendimento.
A analogia acima, da superioridade da fé sobre a razão, é como o azeite que flutua acima da água, imagem muito mediterrânea, mas sobretudo agostiniana. Em uma das mais memoráveis passagens de suas Confissões (c. 397-400)41, Santo Agostinho (354-430) dela se valeu para dissertar sobre a experiência interior para se chegar à luz da verdade divina:
Et inde admonitus redire ad memet ipsum, intrauiu in intima mea, duce te, et potui, quoniam factus ea adiutor meus, intraui et uidi qualicumque oculo animae meae supra eundem oculum animae meae, supra mentem meam, lucem icommutabilem: non hanc uulgarem et conspicuam omni carni, nec quasi ex eodem genere grandior erat, tamquam si ista multo multoque clarius claresceret totumque occuparet magnitudine, non hoc illa erat, sed aliud, aliud ualde ab istis omnibus, nec ita erat supra mentem meam, sicut oleum super aquam, nec sicut caelum super terram; sed superior, quia ipsa fecit me, ergo inferior [...]
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Sendo eu excitado, por esses conhecimentos, a voltar-me para mim mesmo, entrei no mais interior de mim – guiado por vós – e pude fazê-lo porque vós me ajudastes. Entrei com aquela tal qual vista da minha alma sobre os próprios olhos de minha alma, e sobre o meu entendimento, à luz do Senhor imutável – não àquela luz vulgar, que vê toda carne, nem a uma luz do mesmo gênero, apenas maior, como se esta se aumentasse gradualmente e ocupasse tudo com a sua grandeza. Não era isto, mas outra coisa – mui diferente de todas estas. Nem estava sobre o meu entendimento, como o azeite sobre a água, nem como o Céu sobre a terra, mas estava mais alta: porque ela me fez, e eu era inferior – porque sou obra sua.42
Em Ramon Llull (1232-1316), ela surgiu pela primeira vez nos Proverbios de Ramon (1296) e se tornou um leitmotiv luliano – Alexander Fidora (1974-) encontrou-a em outras nove obras de autoria do filósofo catalão.43 Em contrapartida, desde seus primeiros textos após sua conversão (1263), fogo da experiência sapiencial44, Llull tratou do tema fé-razão. Vejamos alguns artigos do Livro da Contemplação (1271-1274) em que o maiorquino meditou a respeito:
Tabela 1
Libre de contemplació | Livro da Contemplação Ramon Llull (1232-1316) |
Capítol CLIV Com home cogita en les concordances e en les contrarietats qui són enfre fe e raó | Capítulo 154 Como o homem cogita as concordâncias e contrariedades que existem entre a fé e a razão |
§1. Oh, Déus sanctificat, gloriós! A vós sia feta reverència e honor, com vós ha plagut que fé e raó sia en home; car vós, Sènyer, havets volgut que fe sia en home per raó de les coses invisibles, les quals són greus a saber e a entendre per raons; e havets volgut que raó sia en home enfre les coses visibles e les invisibles, les quals són convinents a ésser enteses per raons manifestes.
§2. Fe, Sènyer, és tan excellent cosa e tan noble, que passa part los tèrmens on raó es termenada e conclosa; car de tals coses tracta fe, que raó ni enteniment d’home no pot tractar ni entendre d’aquelles coses que hom tracta per creença e per fe.
(...)
§4. Vós, Sènyer, qui féts abundós lo cor dels vostres amadors d’amors e los ulls de plors, sabets que fe no detria enfre ver e fals, car afermadament creu sens nulla dubitació. Mas de raó, Sènyer, no és enaixí, car raó primerament ans que aferm encerca enfre ver e fals, e com ha detriat enfre ver e no ver, adoncs aferma quals coses són veres ni quals són contràries de veres.
(...)
§7. Ah Rei Sant, gloriós, qui tots regnats governats! Fe és cosa qui pot ésser en veritat o en falsetat, car fe no detria en cosa en la qual pot hom haver creença, e raó, Sènyer, null temps no està sinó en veritat. On, ço per què creença pot ésser en veritat o en falsetat, és per ço car fe no detria enfre ver e fals, per açò cové que tot ço qui sia raó sia ver.
(...)
§9. Com la fe està altament e la raó puja a ella, adoncs, Sènyer, se convenen fe e raó; car la fe dóna exaltació a la raó, e per l’excellent altea de la fe s’avertua e s’ennobleix raó com pot atènyer per coneixença en les coses que fe ateny per creença, e com la raó no pot atènyer a les altees e a les noblees en les quals fe ateny per creença. On, pus la raó puja e treballa a entendre, pus exalça la fe com no∙s leixa atènyer a raó. On, per ço com vera fe e raó puja l’una per l’altra, per açò, Sènyer, ha concordança e ben volença enfre fe e raó, per ço car d’una és avertuada per l’altra segons esta manera.
(...)
§18. Com la racionalitat de l’home no ha sobre si vera creença, e la creença que ha sobre sa raó és falsa, adoncs convé de necessària que la raó si falsa; e com dejús la fe de l’home no ha vera raó, cové-se de necessitat que la creença sia falsa; e açò esdevé, Sènyer, per ço car segons vera disposició e vera ordonació, cové que sots vera fe estia vera raó, e sobre vera raó haja vera fe.
(...)
§30. A vós, sènyer Déus, sia glòria e honor per tots temps, car per ço havets vós volgut que la lei dels crestians sia vera, com ha pus meritòria fe e pus raonable discreció e demostració que neguna de les altres ligs descordants e contrariants a la veritat qui és en la vostra excellent essència divina.46 |
§1. Ah, Deus santificado e glorioso! A Vós sejais feita reverência e honra, pois a Vós agradou que a fé e a razão existissem no homem, porque Vós, Senhor, haveis desejado que a fé exista no homem em razão das coisas invisíveis, as quais são graves de saber e de entender por razões; e haveis desejado que a razão exista no homem entre as coisas visíveis e invisíveis, as quais são convenientes de serem entendidas por razões manifestas.
§2. A fé, Senhor, é coisa tão excelente e tão nobre que ultrapassa os limites nos quais a razão é finita e encerrada, pois a fé trata de tais coisas que nem a razão, nem o entendimento do homem pode tratar ou entender, coisas que trata pela crença e pela fé.
(...)
§4. Vós, Senhor, que fazeis abundante de amores o coração de vossos amantes e de lágrimas os olhos, sabeis que a fé não distingue o verdadeiro do falso, pois afirmativamente crê sem qualquer dúvida. Mas com a razão, Senhor, não é assim, pois a razão, primeiramente, antes de afirmar, confronta o verdadeiro com o falso, e quando distingue o verdadeiro do falso, então afirma quais coisas são verdadeiras e quais são contrárias à verdade.
(...)
§7. Ah, rei santo, glorioso, que todos os reinos governais! A fé é coisa que pode estar na verdade ou na falsidade, pois a fé não distingue a coisa na qual pode o homem ter crença, e a razão, Senhor, sempre está somente na verdade. Assim, como a crença pode estar na verdade ou na falsidade – porque a fé não distingue entre o verdadeiro e o falso – convém que tudo o que a razão é seja verdadeiro.
(...)
§9. Como a fé está nas alturas e a razão se eleva a ela, então, Senhor, fé e razão se convêm, pois a fé proporciona a exaltação da razão, e pela excelência da elevação da fé a razão adquire virtude e se enobrece quando consegue atingir, através do conhecimento, as coisas que a fé atinge pela crença, mas também quando a razão não consegue chegar às alturas e nobrezas nas quais a fé atinge pela crença. Assim, quanto mais a razão se eleva e se esforça para entender, mais exalta a fé que não se deixa alcançar pela razão. Portanto, como a verdadeira fé e a razão se elevam uma com a outra, por isso, Senhor, há concordância e boa-vontade entre a fé e a razão, porque uma adquire virtude pela outra desta maneira.
(...)
§18. Quando a racionalidade do homem não tem sobre si uma crença verdadeira, e a crença que tem sobre sua razão é falsa, então convém necessariamente que a razão seja falsa. E quando sob a fé do homem não há uma razão verdadeira, convém necessariamente que a crença seja falsa. E isso acontece, Senhor, porque conforme a verdadeira disposição e a verdadeira ordenação convém que sob a verdadeira fé esteja a verdadeira razão, e que sobre a verdadeira razão haja a verdadeira fé.
(...)
§30. A Vós, Senhor Deus, sejam glória e honra por todos os tempos, pois haveis Vós desejado que a Lei dos cristãos seja verdadeira, pois tem mais fé meritória e mais razoável discrição e demonstração que qualquer uma das outras leis discordantes e contrárias à verdade que existe em Vossa excelente essência divina. |
Estes sete parágrafos que traduzi do Livro da Contemplação, além de demonstrarem a amorosa delicadeza com que o filósofo dirigiu sua oração meditativa a Deus47, relacionam fé e razão dialogicamente: a primeira eleva a segunda que, por sua vez, dignifica a primeira.48 Ambas existem para darem conta da complexidade física e metafísica da existência; ambas honram a fé católica, pois demonstram, com “razoável discernimento”, a verdade do que o Deus Trino é.
A seguir, no Livro da Intenção (c. 1283), obra escrita para seu filho, Llull explicou a intenção pela qual a fé existe: a busca da verdade que o entendimento não consegue alcançar. Graças a essa superioridade, a fé protege as demais virtudes, tanto cardeais (Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança) quanto teologais (Esperança e Caridade).49
Fe es, fill, per intenció que hom cregua la veritat que enteniment not pot entendre, e aquesta fe es en guarda de esperansa e de caritat, de justicia e de prudencia, de fortitudo e de tempransa.
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Filho, a fé existe com a intenção de o homem crer na verdade que o entendimento não pode entender, e esta fé é a guardiã da esperança, da caridade, da justiça, da prudência, da fortaleza e da temperança.50
Por sua vez, no Livro dos Artigos da Fé (1296), os catorze artigos da fé católica foram demonstrados mediante razões necessárias.51 Llull afirmou que os homens creem para entender, não o contrário. Assim, como crer é um ato natural a todos, entender é mais nobre do que crer, ainda que o valor do ato de crer não se perca, já que é pela crença que se chega ao real significado da importância do entendimento:
E si alcun diu que menyspreament es de la fe entendre los articles per rahons necessaries, per ço car se’n pert merit de creure, responem a açó e dehim que∙ls homes creen per ço que entenen, non que entenen per ço creeguen. E per açó es pus noble cosa entendre que creure, com sia creure per la segona intenció e entendre per la primera, e per açó se lig en la sacra pagina “si no crees no entendrás”. Es doncs pus noble lo merit d’entendre que de creure, pus que entendre es pus noble actu que creure; emperò jatsia açó que hom entena, no se∙n pert lo merit de creure, pus que per creença es hom vengut al merit d’entendre [...]52
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E se alguém afirma que é um menosprezo da fé entender os artigos por razões necessárias porque se perde o mérito do ato de crer, respondemos a isso e dizemos que os homens creem para que entendam, não entendem para que creiam. Por isso é mais nobre coisa entender do que crer, pois cremos pela segunda intenção e entendemos pela primeira, e é por isso que se lê na sacra página “se não crês, não entenderás”. Portanto, é mais nobre o mérito de entender do que o crer, pois entender é mais nobre ato do que crer. Contudo, até que se entenda, não se perde o mérito do que se crê, pois é pela crença que se chega ao mérito do entendimento [...] (a tradução é minha).
Em outra obra (o Livro da conveniência da fé com o entendimento em seu objeto, de 1309), Llull tratou do tema central de seu sistema filosófico: a absoluta (e necessária) harmonia entre o crer (fides) e o entender (intellectus).53 Consciente de que “alguns dizem que não é bom que a fé possa ser provada”, em sua Primeira Parte, Llull apresentou cinco fundamentos teológicos para refutar tal posição:
1) Jesus Cristo (c. 6/4 a.C. - 30/33 d.C.), quando dialoga com São Tomé (†72 d.C.) a respeito de Sua ressurreição e afirma que o apóstolo viu-O e creu54;
2) São Pedro (1 a. C. - 64/68 d.C.), que roga que estejamos preparados para responder a qualquer um que peça a razão da esperança55;
3) Santo Agostinho (354-430), por ter escrito um livro para provar a existência da Santíssima Trindade56;
4) Santo Tomás de Aquino (c. 1224/1225-1274), que escreveu um livro contra os gentios que exigem argumentos porque não querem deixar de crer em uma coisa para crer em outra, mas crer para entender57, e
5) os doctores sacrae paginae.58
IV.2. A Fé, mensageira de Deus
Assim, chegamos ao período siciliano (1313-1314) de Ramon Llull59, seus últimos anos.60 Pere Villalba (1938-) denominou-o Etapa mística.61 Para a expectativa média de vida na Idade Média (30 anos), Llull era um verdadeiro ancião: tinha 81 anos!62 Chegou em Messina em maio de 1313. A ilha pertencia ao Regnum Siciliae e era governada por um dos filhos de filho de Pedro III de Aragão (1239-1285): o barcelonês Frederico II da Sicília (1272-1337), monarca devoto da Virgem Maria e simpático ao movimento (heterodoxo e reformista) dos espirituais franciscanos.63 Em Messina, Llull permaneceu um ano e escreveu trinta e oito obras, em sua maior parte opúsculos; a última delas foi o Liber de Civitate Mundi (1314) – o Livro da Cidade do Mundo.64
Fernando Domínguez Reboiras (1943-) definiu o Livro da Cidade do Mundo como uma obra que é um completo exemplo do pensamento luliano, pois oferece uma bela síntese dos postulados de sua ciência e da conduta social humana.65 Trata-se de um diálogo alegórico entre Llull, as dezesseis dignidades divinas – Bondade, Magnitude, Eternidade, Poder, Intelecto, Vontade, Virtude, Verdade, Glória, Perfeição, Dominação, Justiça, Misericórdia, Graça, Humildade e Piedade – e as virtudes cardeais (Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça) e teologais (Fé, Esperança e Caridade).66
A alegoria (ἀλληγορία) foi um recurso literário, filosófico e estético muito utilizado pelo filósofo maiorquino.67 Desde o Livro da Contemplação.68 O cenário no qual se desenvolve o diálogo alegórico do Livro da Cidade do Mundo é um locus amoenus69: um belíssimo jardim, cheio de árvores, prados e fontes, além de lindas aves que gorjeiam do alto de suas copas.70 Nessa natureza idealizada, que simboliza a própria Criação divina, se encontra um palácio de ouro, prata e pedras preciosas, evocação da Jerusalém celeste, onde estão as dignidades divinas, chamadas de imperatrizes ou rainhas.71
Ramon passou perto do palácio e escutou clamores, choros e lamentações da parte das virtudes cardeais e teologais, mensageiras que as dignidades divinas haviam enviado à cidade do mundo para que elas governassem, ordenassem e expulsassem os sete pecados capitais – avareza, gula, luxúria, soberba, acídia, inveja e ira. É a clássica guerra espiritual que a alma vive no século: as virtudes contra os vícios!72 Infelizmente uma tríade satânica – o mundo, a carne e o diabo – se estabeleceu na cidade e expulsou todas as virtudes. Então, Ramon decidiu entrar no palácio. Encontrou a Caridade chorando, com grande tristeza e dor e que, ao ver o filósofo, começou seu lamento.73 Assim terminou o Prólogo do Livro da Cidade do Mundo.
A Caridade então se apresentou e fez seu desconsolo, seguida da Esperança e da Fé, que disse:
Tabela 2
LIBER DE CIVITATE MUNDI | O Livro da Cidade do Mundo Ramon Llull (1232-1316) Trad.: Ricardo da Costa74 |
I. DE LAMENTATIONE NUNTIORUM DIGNITATUM DEI | I. Da lamentação das mensageiras das dignidades de Deus
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[9] Fides ait: – Sum habitus cum quo intellectus ascendit ad intelligendum de Deo ea vera quae de Deo intellectus per me credit, quoniam ad ipsa vera nullus sine me ascendere potest per intelligere. Et per hoc inter intelligere et credere existit concordia, cum intelligere et credere sint sub eadem potentia, ut puta intellectus humanus, qui credit ut intelligere possit. Et hoc significatum est per Isaiam prophetam, qui dixit “Nisi credideritis, non intelligetis”.
Fides autem fuit coram divina bonitate, magnitudine, aeternitate et sic coram aliis dignitatibus et cum suspiriis et fletibus dixit verba ista: – Pauper sum, quia paucos amicos habeo. Macra sum, quia desidero quod non habeo, scilicet quod essem per universum mundum cognita et praedicata. Si pallida sum, quia indigeo iustitia et devotione in pluribus hominibus; sed non sunt. Homines de civitate mundi quasi omnes diligunt et possident ea quae mea sunt, sed meam non cognoscunt essentiam atque diligunt eam.
Et ideo cum talibus hominibus participare non possum quia iniurosi et accidiosi sunt valde. Iniuriosi autem sunt quia diligunt ea quae mea sunt et non me. Accidiosi sunt quia negligunt me praedicare et declarare infidelibus, dicentes “Non oportet praedicare atque declarare fidem eis”, dicentes quod “Quando placebit Deo, ipse convertet omnes infideles ad sanctam fidem catholicam”. |
[9] Disse a Fé: – Sou o hábito pelo qual o intelecto ascende ao conhecimento de Deus e daquelas verdades divinas que o intelecto só crê graças a mim, pois sem mim e pela mera inteligência ninguém pode ascender a tais verdades. Por isso, o entender e o crer se harmonizam, já que entender e crer se referem à mesma potência, isto é, ao intelecto humano, que precisa crer para poder entender. Isso é o que foi significado pelo profeta Isaías, que disse: “– Se não crerdes, não entendereis”.
Então a Fé se apresentou diante da divina Bondade, da Magnitude, da Eternidade e das demais dignidades e, com suspiros e lágrimas, disse estas palavras: “– Pobre sou, porque disponho de poucos amigos; magra sou, porque desejo o que não tenho, que é ser em todo o mundo conhecida e pregada. Se pálida estou é porque careço da justiça e da devoção de muitos homens, mas tais homens não existem. Quase todos os homens da cidade do mundo amam e possuem o que me pertence, mas não conhecem nem amam a minha essência.
Portanto, com tais homens não posso conviver, porque são injustos e acidiosos. Injustos são porque amam o que é meu, não a mim; acidiosos são porque negligenciam me pregar e me declarar aos infiéis, dizendo: “– Não é necessário declarar a fé a eles”, dizendo ainda que “– Quando agradar a Deus, Ele converterá todos os infiéis à santa fé católica”.
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Elas consideraram novamente o estado do mundo e por fim rogaram às demais dignidades que solicitassem à Justiça que não destruísse a Cidade do Mundo, mas a restaurassem e enaltecessem as virtudes, a partir das próprias dignidades, para que elas destruíssem os pecados e todos os que fossem desobedientes!79
O desfecho da obra é surpreendente: o personagem Ramon, alter ego do autor, reaparece. A Justiça agradeceu ao Conselho, retornou com as sete virtudes à Cidade do Mundo e manifestou o desejo de que Ramon fosse à Cúria papal e aos príncipes cristãos para apresentar o Livro da Cidade do Mundo e assim informá-los da decisão do Conselho. Para que? Para que todos tivessem temor da Justiça de Deus – o temor do Senhor é o princípio da Sabedoria.80
Mas Ramon, cansado, disse:
Tabela 3
LIBER DE CIVITATE MUNDI | O Livro da Cidade do Mundo Ramon Llull (1232-1316) Trad.: Ricardo da Costa81 |
IV. SENTENTIA DE CIVITATE MUNDI | IV. A sentença da Cidade do Mundo
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[93] [...] Sed Raimundus excusavit se et dixit quod pluries fuit ad Curiam et ad plures principes fuit locutus quod fides esset exaltata per universum mundum, et fecit libros in quibus ostenditur modus per quem totus mundus posset esse in bono statu. Sed nihil potuit impetrare cum ipsis et pluries fuit derisus et percussus et phantasticus vocatus. Et sic Raimundus excusavit se et dixit quod iret apud saracenos et videret si posset ipsus saracenos ad fidem sanctam catholicam reducere. Verumtamen promisit quod faceret scribere librum istum et mittere translatum ad Curiam romanam et ad aliquos principes, quibus sibi videretur convenire.
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[93] [...] Mas Ramon se escusou e disse que já havia ido muitas vezes à Cúria, a muitos príncipes falado sobre a exaltação da fé por todo o mundo, e feito livros nos quais mostrava o caminho pelo qual o mundo inteiro poderia estar em bom estado. Mas nada havia conseguido e fora muitas vezes ridicularizado, espancado e chamado de fantástico. Assim, Ramon se desculpou e disse que iria até os sarracenos para ver se conseguiria trazê-los de volta à santa fé católica. No entanto, prometeu que faria escrever este livro e o enviaria traduzido à Cúria Romana e a alguns príncipes que ele considerasse adequados.
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Assim terminou o Livro da Cidade do Mundo.
Conclusão
Pere Villalba afirma com todas as letras que, com sua intensa atividade literária, teológica e filosófica, Ramon Llull foi um proto-europeu da concórdia e do entendimento entre os povos mediterrâneos e continentais.82 Não é afirmação descabida. Ao terminar o Livro da Cidade do Mundo com seu desencanto com os poderes instituídos, Llull, pai da ideia de Europa, escreveu o derradeiro testamento de seu programa apostólico e social para a consecução de um continente unido.83
Quanto à sua constante digressão filosófica sobre as relações entre a fé e a razão, o maiorquino coloca, como vimos, a fé acima da razão, mas em uma relação dialógica: ambas fazem parte de um único modo intelectual, naturalmente disposto a investigar a verdade das coisas físicas e metafísicas. Não se exime de debater intelectualmente a fé, pelo contrário, já que a proposta de seu sistema filosófico, sua Ars, era convencer racionalmente judeus e muçulmanos que a fé católica era a única verdadeira, sem se basear em argumentos de autoridade. Isso escandalizaria os ortodoxos dos séculos anteriores, como Bernardo de Claraval se escandalizou com Pedro Abelardo (ainda que Llull compartilhe sua ortodoxia institucional e visão social conservadora e crítica).84
Nesse aspecto, Llull antecipou o Humanismo85 e, com seu desejo ininterrupto do diálogo interreligioso – para conversão à fé católica, naturalmente – foi precursor da filosofia do diálogo.86 É, portanto, um filósofo de encruzilhada, pois assume o protagonismo da razão nas especulações teológicas (perspectiva moderna), sem deixar de levar em conta a superioridade da fé (postura medieval). Fé, mensageira de Deus como o azeite sobre a água.87
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Notas
- 1. Hb 11, 1 (Vulgata).
- 2. BOUREAU, Alain. “Fé”. In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude (coords.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval I. São Paulo: EDUSC / Imprensa Oficial do Estado, 2002, p. 412.
- 3. “Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” – Habacuque 2, 4. SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus (tradução, prefácio, nota biográfica e transcrições de J. Dias Pereira). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, volume I, 1991, Livro IV, cap. XX, p. 419.
- 4. SOTO POSADA, Gonzalo. Filosofía Medieval. Bogotá, Colombia: Universidad Pedagógica Nacional/San Pablo, 2007, p. 230.
- 5. “Ambos decimos verdad: pongámonos de acuerdo. En consecuencia, entiende para creer, cree para entender. En pocas palabras os voy a decir cómo hemos de entender lo uno y lo otro sin problema alguno. Entiende mi palabra para creer; cree la palabra de Dios para entenderla.” (os grifos são meus) – SAN AGUSTÍN. Sermón 43, 7, 9 (trad.: Pío de Luis, OSA). In: Sant’Agostino. Augustinus Hipponensis. Nuova Biblioteca Agostiniana e Citta’Nuova Editrice (a cura di Franco Monteverde).
- 6. SAN AGUSTÍN. De la verdadera religión, XXIV, 45 (trad.: P. Victorino Capágana, OAR). In: Sant’Agostino. Augustinus Hipponensis. Nuova Biblioteca Agostiniana e Citta’Nuova Editrice (a cura di Franco Monteverde).
- 7. “Pues ¿quién no ve que primero es pensar que creer? Nadie, en efecto, cree si antes no piensa que se debe creer. Y aunque a veces el pensamiento precede de una manera tan instantánea y vertiginosa a la voluntad de creer, y ésta le sigue tan rápidamente que parece que ambas cosas son simultáneas, no obstante, es preciso que todo lo que se cree se crea después de haberlo pensado. Y eso aunque el mismo acto de fe no sea otra cosa que el pensar con el asentimiento de la voluntad. Porque no todo el que piensa cree, como quiera que muchos piensan y, sin embargo, no creen. Pero todo el que cree, piensa; piensa creyendo y cree pensando.” (os grifos são meus) – SAN AGUSTÍN. La predestinación de los santos II, 5 (trad.: Emiliano López, OSA). In: Sant’Agostino. Augustinus Hipponensis. Nuova Biblioteca Agostiniana e Citta’Nuova Editrice (a cura di Franco Monteverde).
- 8. SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus (tradução, prefácio, nota biográfica e transcrições de J. Dias Pereira). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, volume III, 2011, Livro XX, cap. XX, p. 2065.
- 9. SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus (tradução, prefácio, nota biográfica e transcrições de J. Dias Pereira). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, volume II, 1993, Livro XI, cap. II, p. 989.
- 10. SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus (tradução, prefácio, nota biográfica e transcrições de J. Dias Pereira). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, volume III, 2011, Livro XIX, cap. IV, pp. 1881-1889.
- 11. SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus (tradução, prefácio, nota biográfica e transcrições de J. Dias Pereira). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, volume III, 2011, Livro XIX, cap. XVII, pp. 1929-1931.
- 12. LÚCIO ANEU SÉNECA. Cartas a Lucílio (trad., prefácio e notas de J. A. Segurado e Campos). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007, Carta 66, 12, p. 240.
- 13. PLATÃO. Fédon (trad.: Carlos Alberto Nunes). Belém: Editora da UFPA, 2011.
- 14. ARISTÓTELES. Sobre a Alma (trad.: Ana Maria Lóio). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
- 15. De acordo com o filósofo Garrigou-Lagrange (1877-1964), a vida interior é a única coisa realmente necessária, pois é uma forma elevada de diálogo íntimo que cada um tem consigo mesmo e que tende a se tornar uma conversa com Deus. GARRIGOU-LAGRANGE, Réginald. Three Ages Of The Interior Life, I. Edição brasileira: GARRIGOU-LAGRANGE, Reginald. As três idades da vida interior. São Paulo: Cultor de Livros, 2018.
- 16. “Por exemplo, Aristóteles disse que a atividade da vida contemplativa – a vida que olha a verdade – era o que melhor existia em nós, pois era a atividade virtuosa, a única estimada por si mesma, isto é, a própria felicidade. O cristianismo nada mais fez que incorporar esse modo supremo de vida e integrá-lo em sua concepção, em seu conceito de beatitude.” – COSTA, Ricardo. “A experiência religiosa e mística de Ramon Llull. A Infinidade e a Eternidade divinas no Livro da Contemplação (c.1274)”. In: Scintilla - Revista de Filosofia e Mística Medieval. Curitiba: Faculdade de Filosofia de São Boaventura (FFSB), vol. 3, n. 1, janeiro/junho 2006, p. 122.
- 17. Tradição de base bíblica, naturalmente. Por exemplo, ver Mt 11, 15 e 13, 9; Mc 4, 9; Lc 8, 8; Ap 2, 7; Ap 3, 6.
- 18. SAN ISIDORO DE SEVILLA. Etimologías I. Madrid: BAC, MM, Libro VIII, 2, 4, p. 688-689.
- 19. TESTÓN TURIEL, Juan Antonio. “La vida espiritual en san Isidoro de Sevilla”. In: ISIDORIANUM 33 / 1 (2024), pp. 239-278.
- 20. ORTEGA MUÑOZ, Juan Fernando. “Comentario a las Sentencias de Isidoro de Sevilla”. In: Thémata: Revista de Filosofía, nº 6, 1989, pp. 107-123.
- 21. “775. El que gusta de estar siempre con Dios, debe orar con frecuencia, y asimismo leer. Porque, cuando oramos, somos nosotros los que hablamos con Dios; mas, cuando leemos, es Dios quien habla con nosotros.” – SAN ISIDORO DE SEVILLA. El Libro 2º y 3º de las Sentencias (introd. y trad.: D. Juan Oteo Uruñuela, presbítero). Sevilla: Apostolado Mariano, 1991, Cap. VIII (De la lectura, 775), p. 84.
- 22. COSTA, Ricardo da; DANTAS, Bárbara. “A felicidade no amor aos livros. Da Grécia a Santo Isidoro de Sevilha e a São Bonifácio”. In: CORTIJO OCAÑA, Antonio (dir. & ed.). eHumanista. Volume 59. Journal of Iberian Studies. University of California Santa Barbara (EUA), 2024, pp. 211-235.
- 23. Ou “dialéticos e teólogos”. Ver GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995, pp. 281-291.
- 24. FRAILE, Guillermo. Historia de la Filosofía II (1º). El cristianismo y la filosofía patrística. Primera escolástica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, MCMLXXXVI, p. 372 (para o debate entre dialéticos e antidialéticos, pp. 345-353).
- 25. SANTO ANSELMO DE CANTUÁRIA. Proslógio. Edição bilíngüe (trad.: Sérgio de Carvalho Pachá). Porto Alegre, RS: Concreta, 2016, p. 30.
- 26. SOTO POSADA, Gonzalo. Filosofía Medieval, op. cit., p. 243.
- 27. RAMÓN GUERRERO, Rafael. Historia de la Filosofía Medieval. Madrid: Ediciones Akal, 2002, p. 128-129.
- 28. NOVAES, Catarina Dutilh. “Reductio ad absurdum from a dialogical perspective”. In: Philosophical Studies 173, An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, 2016, pp. 2605-2628.
- 29. “O grande êxito alcançado nos séculos seguintes do unum argumentum de Proslogion fez de Anselmo uma espécie de figura mítica representante da força da razão, na sua total harmonia com a fé, e mesmo um exemplo do idealismo que encontra na racionalidade das coisas o fundamento de sua realidade.” – PARODI, Massimo, “Anselmo de Cantuária: pensamento, lógica e realidade”. In: ECO, Umberto (org.). Idade Média II. Catedrais, cavaleiros e cidades. Alfragide, Portugal: Publicações Dom Quixote, 2013, p. 243.
- 30. ABELARDO E HELOÍSA. Historia calamitatum. Cartas (prefácio, trad. e notas: Abel Nascimento Pena). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008, p. 89 (Carta de consolação de Abelardo a um amigo, 1).
- 31. O debate sobre os universais é sobre a unidade e a multiplicidade que se observa no mundo. O universo é uno e múltiplo, pois nele coexistem muitas coisas. E embora as coisas sejam múltiplas, pode-se detectar certa unidade nelas, pois lhes convém um mesmo nome (“humanidade, por exemplo). Para o tema, ver SARANYANA, Josep-Ignasi. La Filosofía Medieval. Pamplona: EUNSA, 2003, pp. 158-162.
- 32. ABELARDO E HELOÍSA. Historia calamitatum. Cartas (prefácio, trad. e notas: Abel Nascimento Pena), op. cit., p. 93-95 (Carta de consolação de Abelardo a um amigo, 2).
- 33. ABELARDO E HELOÍSA. Historia calamitatum. Cartas (prefácio, trad. e notas: Abel Nascimento Pena), op. cit., p. 101 (Carta de consolação de Abelardo a um amigo, 3).
- 34. NUNES, Ruy Afonso da Costa. Gênese, significado e ensino da filosofia no século XII. Campinas, SP: Kírion, 2020, p. 233.
- 35. Já tratamos de vários aspectos da obra do abade de Claraval: 1) COSTA, Ricardo da; SEPULCRI, Nayhara. “‘Querer o bem para nós é próprio de Deus. Querer o mal só depende de nosso querer. Não querer o bem é totalmente diabólico’: São Bernardo de Claraval (1090-1153) e o mal na Idade Média”. In: Anais do II Simpósio Internacional de Teologia e Ciências da Religião. Belo Horizonte, ISTA/PUC Minas, 2007; 2) COSTA, Ricardo da. “Duas imprecações medievais contra os advogados: as diatribes de São Bernardo de Claraval e Ramon Llull nas obras Da Consideração (c.1149-1152) e O Livro das Maravilhas (1288-1289)”. In: História e Direito - Revista de Direito do UniFOA. Centro Universitário de Volta Redonda - Fundação Oswaldo Aranha. Volta Redonda, RJ, Vol. 3, n. 3, Nov. 2008, pp. 23-35; 3) COSTA, Ricardo da. “El Alma en la mística de San Bernardo de Claraval”. In: Revista Humanidades 17-18. Departamento de Artes y Humanidades de la Universidad Andrés Bello. Santiago de Chile, junio-diciembre 2009, pp. 201-210; 4) COSTA, Ricardo da. “‘Há algo mais contra a razão que tentar transcender a razão só com as forças da razão?’: a disputa entre São Bernardo de Claraval e Pedro Abelardo”. In: LAUAND, Jean (org.). Anais do X Seminário Internacional: Filosofia e Educação - Antropologia e Educação - Ideias, Ideais e História. São Paulo: Editora SEMOrOc (Centro de Estudos Medievais Oriente & Ocidente da Faculdade de Educação da USP). Núcleo de Estudos de Antropologia UNIFAI / Factash Editora, 2010, pp. 67-78; 5) COSTA, Ricardo da. “O que é Deus? Considerações sobre os atributos divinos no tratado Da Consideração (1149-1152), de São Bernardo de Claraval”. In: Revista Coletânea. Revista de Filosofia e Teologia da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Lumen Christi, Ano IX, fasc. 18, jul-dez 2010, pp. 223-238; 6) COSTA, Ricardo da. “‘O verdadeiro amor nasce de um coração puro, de uma consciência boa e de uma fé sincera, e ama o bem do próximo como se fosse seu’: a mística de São Bernardo de Claraval”. In: COSTA, Marcos Roberto Nunes (org.). A Experiência humana do divino. Perspectiva Filosófica. Recife, v. I, n. 35, jan./jun. 2011, pp. 125-140; 7) COSTA, Ricardo da. “Os Epistolários Medievais como espaço narrativo fundante: o universo do eu amoroso nas cartas de Bernardo de Claraval”. In: ZIERER, Adriana; VIEIRA, Ana Livia; ABRANTES, Elizabeth Sousa (orgs.). História Antiga e Medieval, vol. 5. Sonhos, Mitos e Heróis: Memória e Identidade. São Luís: EDUEMA, 2015, p. 293-314; 8) COSTA, Ricardo da. “El concepto de Naturaleza en la Metafísica Teológica de San Bernardo de Claraval (1090-1153)”. In: FUERTES HERREROS, José Luis; PONCELA GONZÁLEZ, Ángel (eds.). DE NATURA. La Naturaleza en la Edad Media. Ribeirão, Portugal: Edições Húmus, 2015, pp. 363-373.
- 36. COSTA, Ricardo da. “Há algo mais contra a razão que tentar transcender a razão só com as forças da razão? A disputa entre São Bernardo de Claraval e Pedro Abelardo”. In: LAUAND, Jean (org.). Anais do X Seminário Internacional Filosofia e Educação - Antropologia e Educação - Ideias, Ideais e História. São Paulo: Editora SEMOrOc (Centro de Estudos Medievais Oriente & Ocidente da Faculdade de Educação da USP), Núcleo de Estudos de Antropologia UNIFAI / Factash Editora, 2010, pp. 67-78.
- 37. OBRAS COMPLETAS DE SAN BERNARDO VII (trad.: Iñaki Aranguren y Mariano Ballano). Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), MCMXC, Carta 191, 1, p. 632-635.
- 38. VILLALBA I VARNEDA, Pere. Ramon Llull. Escriptor i Filòsof de la Diferència. Palma de Mallorca, 1232-1316. Bellaterra: Universitat Autònoma de Barcelona, 2015, p. 110.
- 39. Para o conceito, ver EIJO GARAY, Leopoldo. “Las ‘razones necesarias’ del Beato Ramón Llull, en el marco de su época”. In: Studia lulliana, vol. 9, nº. 25, 1965, pp. 23-38.
- 40. COLOM MATEU, Miquel. Glossari General Lul∙lià. Volum V (O-R). Mallorca: Editorial Moll, 1985, p. 36; RAMON LLULL. El Libro de los Proverbios (Liber proverbiorum) (ed.: Sebastián García Palou). Madrid: Miraguano S. A. Ediciones, 2011, p. 326 (CCXXVIII. De la fe. 11. Así como el aceite flota sobre el agua, así la fe está sobre la razón).
- 41. SOUSA, Luís Carlos Silva de. “A definição de religião em Santo Agostinho (354-430), homem do Mediterrâneo”. In: CORTIJO-OCAÑA, Antonio; MARTINES, Vicent (orgs.). Mirabilia Journal 40 (2025/1) Intercultural Mediterranean. From Antiquity to Baroque, pp. 83-84.
- 42. SANTO AGOSTINHO. Confissões (trad.: Um Devoto). Novo Hamburgo: Logos, 2025, pp. 296-299, Livro VII, cap. 10, 16.
- 43. FIDORA, Alexander. “Sicut oleum super aquam. Sobre la relación entre fe y razón em Ramon Llull”. In: CABRÉ DURAN, Maria; FIDORA, Alexander (coords.). Enrahonar. An International Journal of Theoretical and Practical Reason. Universitat Autònoma de Barcelona, núm. 61, 2018, p. 122.
- 44. DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. Ramon Llull. El mejor libro del mundo. Barcelona: Arpa Editores, 2016, pp. 117-123.
- 45. Todas as traduções do Livro da Contemplação são de minha autoria e foram feitas tomando como base o texto em catalão antigo da edição: RAMON LLULL. Obres Essencials. Volum Segon. Barcelona: Editorial Selecta, 1960, cotejada com as opções da primeira tradução para o espanhol: RAMON LLULL. Libro de Contemplación en Dios (introd.: Julia Butiña; trad. y notas: Matilde Conde, Carmen Teresa Pabón, Maria Lluïsa Ordóñez y José Higuera). Madrid: Palas Atenea Editora, 2018, 2019 y 2020, 3 volúmenes.
- 46. RAMON LLULL. Obres Essencials. Volum Segon. Barcelona: Editorial Selecta, 1960, pp. 444-446.
- 47. DOMÍNGUEZ REBOIRAS. Ramon Llull. El mejor libro del mundo, op. cit., p. 136.
- 48. “A monumental obra já foi definida como uma das mais imponentes da literatura universal – não só por seu amplíssimo conteúdo (pois seu autor percorre todas as vicissitudes da vida humana e extra-humana), mas também por ser uma exposição racionalmente fundamentada. Sua arquitetura é equiparável a três obras da cultura medieval: A Cidade de Deus (c. 413-426), de Santo Agostinho (354-430); a Divina Comédia de Dante (Dante Aliguieri, 1998); e a Suma Teológica, de Santo Tomás de Aquino (1225-1274). Nas próprias palavras de Llull, a composição da obra foi alicerçada na ciência teológica e na ciência natural.” – COSTA, Ricardo da. “A tradução literária, imersão no tempo e no espaço. A Literatura de Ramon Llull (1232-1316)”. In: Revista SOLETRAS 51 (2025): Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais, pp. 422-423.
- 49. Filosoficamente, Platão (c. 428-348 a.C.) foi o primeiro a tratar das virtudes quando, no Livro IV da República, começa a tratar da Educação dos guardiões de sua cidade ideal. Ver PLATÃO. A República (trad.: Carlos Alberto Nunes). Belém: Editora da UFPA, 2016, Livro IV, 423e-435b, pp. 335-369.
- 50. RAMON LLULL. O Livro da Intenção (c. 1283) (tradução do catalão antigo: Ricardo da Costa e Grupo de Pesquisas Medievais da UFES III; supervisão, notas e comparação com o texto latino: Prof. Dr. Alexander Fidora). Alicante, España: e-Editorial IVITRA, 2010, p. 08.
Anthony Bonner (1928-) detectou 20 definições de fé ao longo da obra de Ramon Llull. Ver BONNER, Anthony; RIPOLL PERELLÓ, Maria Isabel. Diccionari de definicions lul∙lianes. Col∙lecció Blaquerna, 2, Universitat de Barcelona / Universitat de les Illes Balears, 2002, pp. 172-174. - 51. DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. “Soy de libros trovador”. Catálogo y guía a las obras de Raimundo Lulio. Porto: Editorial Sindéresis, 2018, p. 115.
Os catorze artigos analisados na obra são: 1º) Existe somente um Deus; 2º) Em Deus existe uma pluralidade de pessoas: o Pai (segundo artigo) e o Filho (3º); 4º) A pessoa produzida do Pai e do Filho é o Espírito Santo; 5º) Deus criou o universo do nada; 6º) Da Recriação (sobre a redenção do Pecado Original); 7º) Da Glorificação (Deus glorifica os que serão salvos), 8º) Da Encarnação (o Filho de Deus se fez homem, concebido pelo Espírito Santo); 9º) Jesus permitiu nascer de Maria, virgem; 10º) Jesus se deixou morrer; 11º) Jesus desceu aos Infernos; 12º) Jesus ressuscitou; 13º) Jesus subiu aos Céus; 14º) Jesus julgará a todos no dia do Juízo Final. - 52. RAMON LLULL. Llibre dels articles de la fe (a cura d’Antoni Joan Pons i Pons). Palma: Patronat Ramon Llull, 1996 (NEORL III), A 138v-C30, pp. 70-71.
- 53. DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. “Soy de libros trovador”. Catálogo y guía a las obras de Raimundo Lulio, op. cit., p. 203.
- 54. Jo 20, 29.
- 55. 1 Pe 3, 15.
- 56. SAN AGUSTÍN. Obras completas V. Escritos apologéticos (2.º): La Trinidad (versión, introd. y notas: Luis Arias). Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), 2006.
- 57. TOMÁS DE AQUINO. Suma contra os gentios (trad.: D. Odilão Moura O.S.B.). Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes: Sulina; Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2 volumes, 1990-1996.
- 58. RAMÓN LLULL. Libro de la concordancia de la fe y el entendimento en su objeto (trad.: Julián Barenstein; revisión: Diana Angélica Fernández). In: Barenstein, Julián; Angélica Fernández, Diana. “Fe y razón según Ramón Llull: el Liber de convenientia fidei et intellectus in obieto (1314)”. In: Circe de clásicos y modernos 18/1. Santa Rosa, La Pampa, Argentina: Instituto De Estudios Clasicos - Facultad de Ciencias Humanas, 2014, p. 133-134.
- 59. DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. Ramon Llull. El mejor libro del mundo, op. cit., pp. 303-334.
- 60. “Raimundo consciente de estar escribiendo el último capítulo de su vida, no cambia lo más mínimo la razón de ser de su existencia ni la intención final de sus escritos, por eso va desarrollando en estos opúsculos una reflexión profunda sobre el concepto cristiano de Dios y sus diferencias específicas con las otras religiones, dando así un material útil para el diálogo interreligioso.” – DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. “Soy de libros trovador”. Catálogo y guía a las obras de Raimundo Lulio, op. cit., p. 290.
- 61. VILLALBA I VARNEDA, Pere. Ramon Llull. Escriptor i Filòsof de la Diferència. Palma de Mallorca, 1232-1316, op. cit., pp. 421-461.
- 62. Para o tema, ver JONKER, Marianne. “Estimation of the Life Expectancy of Tenants in the Middle Ages”. In: Mathematical Population Studies 16 (2), pp. 131-152.
- 63. FALBEL, Nachman. Os espirituais franciscanos. São Paulo: Perspectiva, 1995.
- 64. RAMON LLULL. Llibre de la disputa del clergue Pere i Ramon, el fantástic. Llibre de la ciutat del món (introd., trad. i notes a cura de Lola Badia). Santa Coloma de Queralt: Obrador Edèndum, 2008.
- 65. DOMÍNGUEZ REBOIRAS, Fernando. “Soy de libros trovador”. Catálogo y guía a las obras de Raimundo Lulio, op. cit., p. 314.
- 66. VILLALBA I VARNEDA, Pere. Ramon Llull. Escriptor i Filòsof de la Diferència. Palma de Mallorca, 1232-1316, op. cit., pp. 421-461.
- 67. Para a importância da alegoria no pensamento ocidental, ver SILVA, Matheus Corassa da; COSTA, Ricardo da. “A Alegoria. Do Mundo Clássico ao Barroco”. In: Oswaldo Ibarra, César; Lértora Mendonza, Celina (coords.). XVIII Congreso Latinoamericano de Filosofía Medieval – Respondiendo a los Retos del Siglo XXI desde la Filosofía Medieval. Actas. Buenos Aires: Ediciones RLFM, 2021, p. 87-96.
- 68. FRIEDLEIN, Roger. El diàleg en Ramon Llull: l’expressió literària com a estratègia apologética. Universitat de Barcelona/Universitat de les Illes Balears (Col·lecció Blaquerna, 8), 2011; ARAGÜÉS, José. Ramon Llull y la literatura ejemplar. Publicacions de la Universitat d’Alacant, 2016; ENRIC RUBIO, Josep. “Un capítul en l’ús de al·legoria en Ramon Llull: exegesi del capítol 354 del Llibre de contemplació”. In: SL 47 (2007), 5-27; LLINARÈS, Armand. “Theorie et pratique de l’allegorie dans le ‘Libre de Contemplació’”. In: Studia Lulliana, 1971, Vol. 15, n. 01, p. 5-34; PISTOLESI, Elena. “Dalla sensibilità all’intelletto: osservazioni sull’allegoria nel Llibre de contemplació”. In: Studia Lulliana, 2017, vol. 57, p. 63-95.
- 69. Para o tema do locus amoenus luliano, ver COSTA, Ricardo da; PARDO PASTOR, Jordi. “Ramon Llull (1232-1316) e o diálogo inter-religioso. Cristãos, judeus e muçulmanos na cultura ibérica medieval. O Livro do gentio e dos três sábios e a Vikuah de Nahmânides”. In: LEMOS, Maria Teresa Toribio Brittes e LAURIA, Ronaldo Martins (orgs.). A integração da diversidade racial e cultural do Novo Mundo. Rio de Janeiro: UERJ, 2004 (cd-room).
- 70. Locus amoenus da tradição clássica, naturalmente, como, por exemplo, do poeta helenístico Teócrito (c. 310-260 a. C.) em seus Idílios (Ειδύλλια) e Virgílio (70-19 a.C.), em suas Éclogas. Ver Villalba i Varneda, Pere. Ramon Llull. Escriptor i Filòsof de la Diferència. Palma de Mallorca, 1232-1316, op. cit., p. 470.
- 71. RAMON LLULL. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 184-185 (Pròleg, 1-2).
- 72. Tema essencial na Filosofia moral desde Prudêncio: “[...] o poeta Prudêncio (348-c. 410) – o maior literato da antiga Igreja Romana – com sua obra Psychomaquia (A Batalha da Alma), epopeia alegórica entre as virtudes e os vícios (nela, atacada pelo paganismo, a fé cristã triunfa e é exaltada por mil mártires!), foi um dos primeiros a se valer integralmente da alegoria como leimotiv em uma obra.” – SILVA, Matheus Corassa da; COSTA, Ricardo da. “A Alegoria. Do Mundo Clássico ao Barroco”, op. cit., p. 90.
- 73. “A homodiegetic narrator participates as a character in the story he tells. He is part of his own story, be it as silent observer, side character or even one of the main characters. Thus, a homodiegetic narrator’s “I”/self is split in a narrating and an experiencing “I”/self.” – KETSCHIK, Nora; KRAUTTER, Benjamin; MURR, Sandra; ZIMMERMANN, Yvonne. “On the Theory of Narrative Levels and Their Annotation in the Digital Context”. In: Journal of Cultural Analytics. Narrative Levels: A Shared Task for the Digital Humanities, Vol. 6, Issue 4, 2021, p. 74.
O recurso literário do narrador homodiegético, forma de intertextualidade que Llull utiliza em algumas de suas obras literárias – quando cria o personagem “Ramon”, seu alter ego – é uma das mais agradáveis formas prosísticas de sua extensa e multifacetada obra. - 74. Ramon Llull. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 194-197 (I, 3, 9). Todas as traduções do Livro da Cidade do Mundo são minhas (no caso, cotejei o texto latino com a tradução para o catalão moderno feita por Lola Badia). Revisão: Prof. Dr. Armando Alexandre dos Santos.
Optei por manter o máximo possível a literalidade do texto do filósofo, inclusive a ordem das palavras nas frases (especialmente os verbos), porque considero que toda e qualquer proposta de tradução não consegue chegar à beleza das palavras originais do escritor, ainda que a tradução sempre seja uma agressão, em maior ou menor grau, ao texto do autor (por isso, por exemplo, mantive “Magnitude” ao invés de “Grandeza”, como costumeiramente ocorre nas traduções dos textos de Llull). Para minha metodologia, ver COSTA, Ricardo da. “A experiência de traduzir a novela Curial e Guelfa (séc. XV) para a língua portuguesa”. In: SCRIPTA, Revista internacional de literatura i cultura medieval i moderna, vol. 22 / núm. 22 / desembre 2023, pp. 640-662; COSTA, Ricardo da. “A tradução literária, imersão no tempo e no espaço. A Literatura de Ramon Llull (1232-1316)”. In: Revista SOLETRAS 51 (2025): Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais, pp. 422-423. - 75. “Si non credideritis, non permanebitis”, Is 7, 9. Vulgata.
- 76. PARDO PASTOR, Jordi. “‘Nisi credideritis, non intelligetis’ (Is. 7, 9) en la interpretación de Ramón Llull”. In: Patristica et Mediævalia XXV, 2004, pp. 77-88; PARDO PASTOR, Jordi. “Las auctoritates bíblicas en Ramon Llull: etapa 1304-1311”. In: Revista Española de Filosofia Medieval 11, 2004, pp. 167-179; FIDORA, Alexander. “La Bíblia en Ramon Llull: exegesi i raó especulativa”. In: SANTANACH, Joan; FERRER, Joan; ADROHER, Sergi Dalemus (eds.). La Bíblia en la literatura catalana. Girona: Institut de Llengua i Cultura Catalanes de la Universitat de Girona; Tarragona: Associació Bíblica de Catalunya; Barcelona: Ateneu Universitari Sant Pacià; Editorial Barcino, 2022, p. 101-121.
- 77. RAMON LLULL. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 214-215 (II, 24).
- 78. RAMON LLULL. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 256-257 (II, 69-70).
- 79. RAMON LLULL. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 276-277 (IV, 91-92).
- 80. Há inúmeras passagens bíblicas que se referem ao temor do Senhor. Algumas delas: Dt 13, 4; Lv 19, 14; Lv 25, 17; Sl 34, 11-14; Sl 111,10; Pr 9, 11; Pr 16, 6; Dt 8, 6; Jo 28, 28; 1 Cr 19, 7.
- 81. RAMON LLULL. Llibre de la ciutat del món, op. cit., pp. 276-279 (IV, 93).
- 82. VILLALBA I VARNEDA, Pere. Ramon Llull. Escriptor i Filòsof de la Diferència. Palma de Mallorca, 1232-1316, op. cit., p. 435.
- 83. VILLALBA I VARNEDA, Pere. Ramon Llull essencial. Retrat d’un pare d’Europa. Barcelona: La Vanguardia Ediciones, S. L., 2016, p. 143.
- 84. Costa, Ricardo da. “Duas imprecações medievais contra os advogados: as diatribes de São Bernardo de Claraval e Ramon Llull nas obras Da Consideração (c.1149-1152) e O Livro das Maravilhas (1288-1289)”. In: História e Direito - Revista de Direito do UniFOA. Centro Universitário de Volta Redonda - Fundação Oswaldo Aranha. Volta Redonda, RJ, Vol. 3, n. 3, Nov. 2008, pp. 23-35.
- 85. BUTIÑÁ JIMÉNEZ, Julia. Detrás de los orígenes del Humanismo. Ramón Llull. Madrid: UNED, 2006; BUTIÑYÀ I JIMÉNEZ, Júlia. “Ramon Llull en el primer Humanisme”. In: e-Humanista, volume 13, 2009, pp. 83-103.
- 86. Como, por exemplo, a filosofia do diálogo de Martin Buber (1878-1965). Ver BUBER, Martin. Dialogues on Realization. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1964.
- 87. Dedico este trabalho aos queridos mestres Pere Villalba i Varneda e Fernado Domínguez Reboiras, que me aprofundaram, com seus escritos, na filosofia de Ramon Llull. E a Júlia Butiñyà i Jiménez e Alexander Fidora.